domingo, 10 de agosto de 2008

Inclassificável.



Criar vínculos que se desfazerão em menos de uma hora é desgastante para uma alma que adora uma nova amizade. Mas alguns vínculos tem que ser desfeitos para entender a tamanha importância de se criar um ambiente favorável ao amigo-artista. Sinceramente, é uma overdose de arte estar frente a frente com Ney Matogrosso.
Em outrora, como "líder" dos Secos e Molhados, banda que nasceu nos anos 60 em um fevereiro de pós-carnaval e morreu meses depois numa esquina-não-qualquer, arrastava um ar psicodélicodream de uma obra pictórica que foi passada numa pauta musical e que de alguma forma se estranha o surgimento aqui no Brasil, num primeiro momento. Num segundo também, pois agregar estereótipos de uns caras-pintadas com interferência direta da cultura afriKana e muita vibe dos "NEWORLEANS" da vida misturado com um mato-grossense-inclassificável, diga-se de passagem, tudo no país tupiniquim é incondicionalmente estranho, ou artisticamente falando, criativo.
Em dias atuais, um crooner se desprender de sua antiga banda, criar um repertório totalmente original e que não faça referência alguma a trabalhos anteriores e ainda firmar êxtase perante ao público, pode se considerar genial.
É o caso de Ney Matogrosso no show Inclassificáveis.
Agora, se você ficou curioso pra saber detalhes do espetáculo só assistindo as apresentações do Ney ao vivo mesmo. E garanto, é inclassificável.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

encARTE.



Tudo, primeiramente, tem um fundo, um submundo.
Um lugar para começar antes mesmo de estar.
Um outro lado que não seja o avesso e comece no desejo.
O de ficar, o de retrair, de sugar e destinguir.
Um lado oposto ao seu.
Um lado posto ao meu.
O que fica sempre adiante de tudo.
E tem um fundo, um submundo.
Antes de tudo.
Tem o encARTE.




Exercitanto a mente, né? De vez em quando me pego lendo poesias. Pego-me de surpresa mesmo. Assustado por não ser habitual a leitura, não do meu eu, mas de outros cernes que fazem parte do meu próprio eu. Os eu-líricos, os eu-chatos, os eu-famintos, os eu-contrários. Os vários "eu" a que pertenço ou que me pertencem. Ou seria o absurdo?