segunda-feira, 4 de maio de 2009

músicas para "se morrer".


A verdade é a seguinte: porque não alegrar esse momento que é tão exímio: o suicídio? Com tanta interatividade que existe hoje em dia, é uma boa pedida descolar do fundo do âmago uma música para despedir-se de forma brutal da terra. Muitos gostam tanto de renovações, de vanguardas, que para essas pessoas a própria música de velório já virou clichê. E muitos ainda nem descobriram. Um exemplo? Imagine você num velório de uma pessoa que goste, "infinitamente", de algum sucesso da banda Calypso? O caixão no centro das atenções, com alguns parentes em volta recebendo familiares e amigos e PASMEM ao fundo aquela sutil voz de Joelma embalada por uma cadência fantástica vindo do GuitarHero Chimbinha. Imaginou? Pois é. Sem choro e vela, isso já virou demodê para muitos. Como dizem os mais velhos: isso já não se usa mais. O barato da atualidade são as: músicas para "se morrer".

O que será que Cobain(Kurt) estava ouvindo quando deu um tiro de espingarda no meio da sua cabeça? Smashing Pumpkins? Rs. Enfim, não agora que algumas ilustres pessoas jazem em seus túmulos ouvindo os ecos do silêncio, mas num breve instante anterior de darem o adeus, por sua própria vontade, podem ter soados por entre seus ouvidos canções adequadas que, também neste breve instante, o fizeram felizes. Feliz em sua própria morte. Bom, um modo sarcático de ver a morte. Positivamente! Mas o barato, se é que exista um, e no meu ponto de vista há, que é o das pessoas que desistem de passar desse plano para outro simplesmente por causa de uma canção. Se fosse para escolher uma música pra eu desistir de me matar seria "Gente humilde" na voz de Chico, claro. Ilusóriamente, me vejo com a bazuca na mão pronto para me atirar e por uma fração de segundo ecoa no ar: "...eu que não creio, peço a Deus por minha gente...". Ceticismo à parte, mas me cortaria o coração, rs. E claro não poderia deixar de falar daquela música que pegaria uma faquinha de plástico no ato e cortaria os pulsos. Indubitavelmente qualquer zezés, chitões, danieis, seria um convite ao ato da morte. Se bem que, muitas vezes preferimos matar os próprios compositores que, num ato de loucura, "dão" essas "canções" de presente para esses "artistas" gravarem. Como é o caso do peninha, que espero ter criado asas e voado para bem longe. Mas acabamos entramos num discurso diferente do suicídio, a do assassinato que poderá ser tema de um outro post.


Já que a nossa única certeza é a morte, que vehna embalada por acordes.